segunda-feira, 21 de junho de 2010

rebolation


A chuva sempre tira um pouco da sua paciência. O ponto de ônibus é quase um exílio enquanto a vida acelera pelo asfalto molhado. A vontade de perpetuar a espécie é tão pouca que se o mundo dependesse disso, certamente não seria sua fé que o levaria ao ato, mas sim as vantagens que lhe oferecessem em troca.

Todos os dias se confessa. Pede perdão pelo que não fez e veste seu terno. Viver de acordo com as leis do próprio homem é mais difícil do que Deus imagina. Mas nenhum dos dois consegue perceber isso.

O negocio não é dos melhores, a vizinhança não é tão boa assim. A mulher fala pelos cotovelos enquanto a filha namora um bombeiro. Apesar do dinheiro não ser ruim, ele prefere uma vida de pouco luxo, ao menos pra ele, já que as duas fêmeas são dadas a excessos e exceções.

A chuva o faz olhar mais pra fora da janela. O ônibus enche e ele não se sente a vontade encarando os pedaços de gente que se espremem a sua volta. Trabalha das oito as dezoito, come num restaurante a quilo e toma um café todos os dias ás três e quinze. Ás vezes fuma um cigarro. Masca três chicletes pra tirar o gosto da boca e pra que a mulher não perceba. Não se sabe o que realmente o motiva a isso. O mau gosto ou a falação da mulher?

Dizem que a filha vai casar, dizem que ele vai se aposentar e se mudar com a mulher pra zona rural. Dizem que ele tem bastante dinheiro guardado. Dizem coisas demais sobre um homem tão desnecessário como ele.

2 comentários:

  1. outro dia, pela primeira vez, vi uma mulher dançar como uma puta. tava bem na minha frente, mas meu pau nem subiu.
    era coxuda, gostosa, mas aquilo parecia enfadonho para nós dois, ela de body, eu de bigode... fui perguntar o nome da puta e ela não quis dizer... ai me falaram "é, puta e puta não fala o nome"... porra, inventa um, o caralho!
    e ela saiu do meu lado e foi dançar no queijo, mas a noite tava acabando e ninguém tava dando bola... como ela não quis me dar um nome, fiquei parado na frente, fazendo o que não faço tão livremente que é ficar olhando com os dois olhos e o pau para as coxas, os peitos, a xoxota e quando vira, a bunda... apesar de que o que eu gosto mesmo é de rosto...e era bonita a safada... ou pelo menos, parecia.
    e fiquei ali, com cara de paulista, boca fechada torta, pensando na vingança - sua puta, vou te tratar como uma puta e te olhar como um objeto. sou um sujeito respeitador que não vê a mulher como uma peça, mas... sua puta, eu queria um nome, um significado, uma palavra que simbolizasse a sua presença nessa merda de existencia, somente uma nomenclatura, a porra de um título, um rótulo, algo que eu pudesse lembrar e achar que era de verdade, mas como és puta e és uma boneca... por que assim, vc não seria a puta, mas seria alguém - valoriza-te!

    ResponderExcluir