terça-feira, 28 de setembro de 2010

memória de elefante


O telefone tocou na madrugada. Ela levantou apressada imaginando que podiam ser noticias do marido. Não eram. O policial teve que insistir muito pra que ela fosse até a delegacia.

Quando chegou lá estava o pasteleiro. Algemado, bêbado, aos prantos. Ela não deu queixa. O levou pra casa, lhe emprestou as roupas do marido, fez uma sopa quente pra ele. Abriram uma garrafa de vinho, conversaram e ele então contou do caso que havia tido com a filha dela. Os dois choraram ao lembrar-se das manias e da beleza dela.

Ele queria tanto relembrá-la que nem se importou que a própria mãe pedisse a ele que contasse como a filha era na cama. Do que ela gostava, o que ela fazia que o deixava louco, como ela gemia.

Quando ela voltou do banheiro vestindo as roupas da filha, foi dito e feito. Os dois encontraram o que estavam buscando e gozaram de todo o prazer doentio que aquilo fosse capaz de proporcionar. Havia uma nova forma de manter vivo o amor que ambos sentiam por ela. E assim eles se amaram pela primeira vez.

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